Nudistas
Esta semana, a Junta de Freguesia de Estela, na Póvoa do Varzim, aprovou por unanimidade uma moção que tem como objectivo acabar com as poucas vergonhas que se passam numa praia ali perto e que está classificada como “tolerada”. Ou seja: de nudistas. Pipis e pirilaus ao léu, portanto. Não deixa de ser curioso que só agora, que o Verão acabou e começa a ficar desagradável para um mirone ficar muito tempo nas dunas, é que a povoação de Estela se tenha lembrado de agir contra os nudistas. No pino do calor, quando eles e elas para ali andavam a bronzear as partes, enfim, badalhocas, saltitando alegremente pelo areal, ninguém se reuniu para fazer sequer uma notinha de indignação.
Os naturistas dizem que os populares organizaram uma verdadeira milícia e que foram agredidos por dezenas de pessoas. E eles como são naturistas não têm, de facto, muito com que se defender... pelo menos, ali à mão. Dizem também que foram ameaçados e insultados com termos menos próprios. O que não deixa de ser divertido, uma vez que “menos próprios” são os trajes com que os queixosos se apresentam. Os outros, apesar de tudo, estão vestidos.
As Condutoras de Domingo quiseram saber o porquê de tantas queixas contra os naturistas e foram investigar. Googlaram as palavras “praia de Estela” e foram ter a um site de praias de tudo ao léu. E aí, sim, finalmente, ficou claro porque é que os habitantes daquela pacata localidade estão tão furiosos. É que neste site, os naturistas são retratados através de uns desenhos feitos por uma mão muito generosa. A avaliar pelos desenhos, os homens que fazem nudismo têm pilas do tamanho uma couve repolhuda, e elas são giras, e têm tudo pintado de loiro. Sim, tudo.
Ora, perante isto só podemos chegar à conclusão de que a malta de Estela, na verdade, nem está contra o facto de a malta andar toda a nua. Os pobres dos populares simplesmente protestam contra a publicidade enganosa. E aí, estamos com eles, coitados! Para eles irem ao ponto de partir para a agressão física, sabe-se lá que coisas – e a expressão é mesmo “coisas” – é que eles são obrigados a ver!