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Nov07
O Fenómeno do Pai Natal Trepador
condutoras de domingo
Só mesmo os portugueses para transformarem uma época de paz, amor e harmonia numa altura que desperta o que de mais violento e quase psicopata há em nós. Estamos a falar do Natal, que está quase aí. Sim, a fazermos jus nas luzes de Natal já espalhadas por várias cidades podemos mesmo dizer que a época festiva “está quase aí”... desde Agosto.
Algumas das luzes já estão a postos há tanto tempo que denotam mesmo ferrugem e um ou outro cogumelo. O que interessa, é que em breve, poderemos rever neons coloridos tão épicos como aquele que coloca o Pai Natal com insistência a fazer esparregatas em plena Rua Augusta. Uma autêntica Jane Fonda mas em corpo de Fernando Mendes.
Mas o que mais nos atormenta no que toca a decorações de Natal é mesmo aquela praga bíblica que dá pelo nome de “pai natal trepador”. Falamos daqueles bonequinhos que se prendem nas varandas ou janelas e que representam um gordalhufo com um saco tentando entrar em casa. Sabem de certeza de quais estamos a falar, são aos milhares. A primeira vez que vimos, há 15 anos atrás, pensámos “ai que giro”… A segunda vez, foi “olha, olha, outra vez, que engraçado”... à terceira: “pronto, já percebemos a ideia...” E agora já só nos apetece pegar numa pressão de ar e dar cabo destes Pais Natal assaltantes. Sim, porque é essa a pinta que eles têm. É dar mais algumas semanas e de certeza que vai aparecer mais um retrato robot de um raptor da Maddie igualzinho a um destes bonecos, com os McCann a dizer “foi ele, foi ele, não fomos nós, o gordo mau é que devia ser arguido, telefonem para a Sky News!”.
Por isso, lançamos daqui o repto: este ano, nada de pais natal trepadores nas varandas do nosso país. Há tanta coisa bonita que se pode por nas marquises todas fechadas a alumínio. Uma bandeira de Portugal, uma foto da Maddie, uma selecção de rugby a chorar, umas Crocs coloridas (mas de imitação, claro), um cartaz a dizer “O Zé Faz Falta”, um poster da Ana Malhoa, uma Júlia Pinheiro a fazer de sirene acompanhada por uns noivos a dançar fox trot para pagar os croquetes do copo d’água… é um sem fim de possibilidades.
E estamos de tal modo convictas desta nova campanha para exterminar esta calamidade que até nos lembrámos de juntar o útil ao agradável. Não são os portugueses que adoram recordes do guiness na altura do Natal? Árvores gigantes e não sei quê? Então é que tal o maior apedrejamento de pais natal trepadores do mundo? Ou a maior fogueira para os queimar, ali no Terreiro do Paço? Pensem nisso.