Mínimos
Para os advogados do nosso país. Isto é um sinal de luz fortíssimo, que abrange grande parte dos licenciados da nação. Sobretudo se incluirmos os advogados que trabalham neste momento em cafés, snack bars ou casas de chá, e os que são estagiários há cerca 15 anos, estando desde então a tirar fotocópias e a receber subsídio de refeições, daqueles que não contemplam sobremesa. O bastonário da ordem dos advogados propôs ao Governo que o Ministério da Justiça lançasse, tal como o da educação, um programa de oferta de computadores portáteis com acesso à Internet. E a proposta, como todas as propostas absurdas, foi aceite rapidamente, claro. Apesar desta oferta ter sido, à partida, pensada para advogados em início de carreira, o programa acabou por ser estendido a todos os advogados que queiram aderir. Faz sentido. Até porque os tais advogados que tiram fotocópias e arrumam dossiers não precisam de computadores para essas tarefas. E muito menos os que trabalham no comércio e nos serviços! Assim, quem vai desfrutar desta oferta do Governo são os advogados que cobram 500 euros à hora aos seus clientes. Por 150 euros apenas terão direito um computador portátil com acesso a Internet de banda larga. O que significa que ao fim duma hora de trabalho poderão comprar pelo menos três computadores, e mais um bocadinho doutro. Isto do Ministério da Justiça copiar o da Educação faz todo o sentido. Por exemplo, em vez de se submeterem às provas de acesso à Ordem, os advogados podiam fazer as provas de acesso ao ensino superior, que ao que parece até estão fáceis e tudo.
Médios
Para Carolina Salgado. Uma habitué aqui nas condutoras de domingo (e não só). Há umas semanas demos conta da sua gravidez, depois abstivemo-nos de comentar o seu aborto, e agora voltamos por causa de uma notícia incontornável: Carolina continua a viver com o seu grande amor numa estalagem em Cabeço de Vide, da qual ele é proprietário. A grande novidade aqui é que agora Carolina vive lá na qualidade de hóspede. Esta mulher continua a mostrar mais versatilidade que a maioria das actrizes nacionais. Já fez de esposa séria e respeitável, de dançarina de bar de alterne, de figura das revistas cor-de-rosa, de acusadora, de vítima, de amante, e vem agora fazer de hóspede, ao que parece muito bem também. E tudo isto porquê? Se estavam tão apaixonados há poucas semanas atrás? Porque Francisco Rolo não lhe perdoa a interrupção voluntária da gravidez. Nem Francisco Rolo nem Laurinda Alves, nem o Feitor Pinto, mas esses não são agora para aqui chamados. Pertencem a outra história. Quem também passou para outro enredo foram os polícias que até aqui tinham acompanhado Carolina para tudo quanto era sítio. Eles que tinham uma vida tão animada, com estreias de cinema, eventos sociais, lançamentos de livros… foram despachados por Francisco, que não os quer na estalagem nem sequer como hóspedes. De certa forma, ainda bem para eles. Porque já se viu que na estalagem D. Leonor ser hóspede é um estatuto um pouco arriscado. Pode dar direito a table dances ao director a meio da noite… Esperamos pelo menos que Carolina Salgado tenha direito a um pequeno-almoço continental. Ela merece.
Máximos
Para Robert Mugabe. Porque está nas bocas do mundo. Tanto o original como as cópias. Comecemos pelo verdadeiro. É um líder como deve ser: prático e contra as burocracias. Fez o seu concorrente desistir da corrida, evitando assim uma 2ª volta nas eleições presidenciais que só ia dar mais trabalho a toda a gente. Segundo a comunicação social zimbabueana, se a retirada da candidatura for feita sob a forma de carta oficial, Mugabe pode ser reeleito automaticamente. Ou seja, sem um único voto. O que não é, de todo, uma novidade para ele. Mas esta situação tem repercussões a vários níveis. Para a semana o concelho de Cricket internacional vai reunir-se para decidir se o Zimbabwe pode participar no campeonato do mundo da modalidade. Uma eventual proibição pode lançar o caos no país, visto que o Cricket é desporto nacional. Isto deve aumentar ainda mais o nosso respeito por Mugabe. Não há-de ser nada fácil dirigir um país que pára para ver onze jogadores de cada lado, a correr atrás duma bola, mas… com tacos de madeira que parecem remos, e procurando um alvo. Vida bem mais facilitada têm os governantes europeus, cujas populações só param para ver onze jogadores a correr atrás duma bola mas com um objectivo legítimo: a baliza. Isto sim, são nações civilizadas. Como tal só podemos ter um Mugabe de brincar. Quem o diz, e bem, é Alberto João Jardim, que acusa Sócrates de ser um “ditadorzinho potencial”. Chama-lhe mesmo o “Mugabe da Europa”, o que não deixa de ter o seu quê de elogio. Alberto João não diz estas coisas da boca para fora. Tem fundamentos lógicos para as afirmações: “está obcecado contra um povo, que é o madeirense, e quer fechar a imprensa que lhe é adversa. É nitidamente um Mugabe”. É giro porque parece estar a falar duma espécie animal, e ao mesmo tempo demonstra grande modéstia do Presidente Madeirense, não querendo ficar com os louros todos para si.