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Condutoras de Domingo

Elas em contramão, sempre a abrir, pelos acontecimentos da semana.

Elas em contramão, sempre a abrir, pelos acontecimentos da semana.

Condutoras de Domingo

09
Mar08

Sinais Luzes - 9 de Março

condutoras de domingo
Mínimos
Para o município de Alcobaça, que se assumiu esta semana como “cidade maçã”. É caso para dizer que saiu do armário. Ou da fruteira… Depois de votada a Moção da Maçã, decidiu-se que o futuro passa pelo registo da marca e criação de produtos de merchandising. Oh não! Como se não bastassem os galos de Barcelos, as esculturas das Caldas ou as Nossas Senhoras de Fátima, agora vamos ter crachás e porta-chaves com maçãs de Alcobaça. Os deputados da assembleia municipal acham que o projecto da maçã deve ser uma prioridade para o concelho. A dedicação de uma cidade à causa de um fruto não é, de todo, inédita. Há já vários anos que o município de Oeiras se entregou às questões da Manga, com Isaltino Morais a demonstrar todos os benefícios que uma boa manga pode esconder. Lisboa, com tanto entrave, tanta dívida e tanta demora, podia muito bem passar a Cidade-Banana. Para os lados do Porto, os falhanços de Rui Rio são tantos, que podíamos chamar-lhe Cidade-Melão. A população de Alcobaça parece feliz com o novo nome, mas… será que não reparam que isso nunca trouxe vantagens a ninguém? Veja-se o caso de Guimarães, cidade berço, ou Évora, cidade museu. Não consta que haja mais incentivos à natalidade ou à cultura por lá. E Paços de Ferreira? A famosa capital do móvel ganhou apenas algumas excursões de famílias nortenhas para comprar aparadores para a sala. E mesmo essas, a partir da inauguração do IKEA, nunca mais lá puseram os pés. Portanto, resta à malta de Alcobaça rezar para que não abra nenhum Mega Fruta Almeidas lá ao pé. Seria triste ver todos os despachos e projectos-lei sobre puré de maçã, tarte de maçã, e maçãs caramelizadas, caírem em saco roto.


Médios
Para a ficha de avaliação de professores elaborada na Escola Correia Mateus, em Leiria. Desde cedo que esta história da avaliação dos professores prometia emoções fortes. Com professores forçados a correr todos os alunos a 19 e 20, caso queiram ser colocados no próximo ano. Ou então, professores mais conservadores, que insistem em chumbar aquele miúdo que só entrou na sala uma vez, e foi para os insultar. Esta resistência à mudança vai custar-lhes, no mínimo, uns dez anos em casa, ou uma preciosa vaga no ensino recorrente, à noite, em Miragaia. A ficha em causa foi feita pelo conselho executivo da escola, e na componente “dimensão ética” tinha os seguintes parâmetros: “Verbaliza a sua insatisfação face a mudanças ocorridas no sistema educativo através de críticas destrutivas, potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares”. Ou fá-lo “de forma serena e fundamentada através de críticas construtivas potenciadoras de reflexão.” Cá está um critério ainda mais rigoroso para avaliar professores do que as notas que dão. É óbvio que um docente que entra na sala dos professores elogiando o saia-casaco da ministra da educação é muito mais digno de confiança do que alguém que tem o desplante de dizer que Maria de Lurdes Rodrigues tem muitas rugas de expressão. Posto isto, sugerimos que sejam criados novos parâmetros de avaliação dos professores. Como este – que prato pede com mais frequência na cantina? Caldo verde, pão de alho e feijoada, capazes de criar algum mal-estar junto dos seus pares, ou uma canja de galinha bem neutral, seguida de maracujá, que é, como todos sabem, a “passion fruit”? Parecem coisas insignificantes, mas aquilo que os educadores ingerem ao almoço ou o que pensam do governo de Sócrates é bem mais importante do que saber a matéria. Para nos ensinar o teorema de Pitágoras ou as figuras de estilo, existem os livros, que são muito mais eficazes e já nascem com selo de qualidade do Ministério da Educação. É bem mais prático!


Máximos
Para os CTT. Uma empresa que todos considerávamos tão séria e idónea! Os Correios de Portugal eram, até aqui, uma espécie de porto de abrigo. Como a casa dos nossos avós, onde sabemos que permanece sempre tudo na mesma. Os mesmos bibelots, as mesmas carpetes, os mesmos discos de vinil que já não se fabricam. Nos CTT era a mesma coisa. Os mesmos telegramas, selos comemorativos de qualquer coisa, e livros do Paulo Coelho para folhear, enquanto esperamos que chegue a nossa vez. Tudo isto se desmoronou em poucos minutos, esta semana. Quando descobrimos que afinal os CTT estão metidos em negócios obscuros, que nada têm a ver com a venda de postais de aniversário ou envelopes almofadados. Em causa está a venda de dois edifícios, em Coimbra e Lisboa. Foram adquiridos pela Demagre - companhia com capital de empresas sediadas nas ilhas virgens, a preço de saldo. O prédio em Coimbra, que custou 14 milhões de euros, foi vendido horas de pois ao Grupo Espírito Santo por 19 milhões. Isto sim é inflação! E pensar que anda para aí tudo preocupado com o preço do pão e da bica… O que isto vem provar é que os edifícios dos CTT são muito mais valiosos do que podíamos pensar. O nosso conselho é que entre na Estação de Correios da sua área de residência e experimente comprar, em vez de certificados de aforro, a própria da estação. Valoriza muito mais depressa, pelos vistos! Se lhe calhar um daqueles funcionários mal encarados, que parecem prontos a esmagar-lhe o crânio com o carimbo… Opte por uma abordagem mais suave. Peça apenas um envelope de correio azul ou assim, e tente arrancar um marco do correio à saída. Pode ser que com o passar dos anos se torne artigo de coleccionador.
09
Mar08

Hoje Deviam Fazer Anos

condutoras de domingo
Hoje deviam fazer anos os agentes da ASAE. E porquê? Basicamente, porque dentro em breve vai acabar a festa. Depois de PP e PSD terem sugerido alterações na lei que regula a actuação da ASAE, é a vez do PS vir concordar. Todos criticam, a uma só voz, o excesso de zelo da ASAE. Defendem os pequenos produtores e o fabrico tradicional. Os deputados ainda se encontram em choque, com o encerramento da Fábrica das Amêndoas de Portalegre – não sabem o que vão mandar as secretárias comprar nesta Páscoa. Era óbvio que a ASAE andava a meter-se com quem não devia, ao examinar a cozinha do Gambrinus ou fechar vários chineses nas redondezas de S. Bento, que serviam um gatinho à Pequim tão bom! Pela primeira vez em muito tempo, todas as cores partidárias estiveram de acordo na hora de chumbar o comportamento da ASAE. Esta foi uma semana triste para os heróis da Segurança Alimentar e Económica. Primeiro, foi o seu próprio agente sindical a vir reclamar que não têm sistema de higiene, saúde e segurança no trabalho. Ou seja: a malta da ASAE está para os humanos como os DVDs contrafeitos estão para os filmes originais. Precisam de ser apreendidos urgentemente! E agora, para aliviarem o stress acumulado, nem sequer vão poder entrar pelos restaurantes adentro e confiscar pão duro, talheres e uma ou outra ajudante de cozinha. Vai ser duro trabalhar assim. Por isso mesmo organizámos esta festa de aniversário conjunta. Para todos eles. E nem precisámos de preparar lanche. Pelo que sabemos, só nos últimos dias confiscaram 395 toneladas de pescado. Salmonetes, lulas, peixe-espada, e também batatas fritas e pizzas congeladas. O que, apesar de não ser uma refeição muito ortodoxa, já dá para um belo buffet. Para sobremesa, com certeza que eles ainda têm guardadas na sede muitas bolas de Berlim congeladas. Por isso, venham daí. E muitos parabéns!
09
Mar08

Estação de Serviço - Fast Food

condutoras de domingo
Hoje parámos numa daquelas áreas de serviço grandes, com mesas de merenda, loja de porta-chaves e, como não podia deixar de ser, fast food. Não se pense que este tipo de comida é menos nobre que os restantes. Prova disso é que esta semana, a junk food mereceu crítica atenta de Eduardo Lourenço. O gastrónomo que já nos brindou com frases como “a vida é curta para comer batatas fritas congeladas” ou “os restaurantes são as amantes dos homens sérios”, dedicou-se à comparação de hamburguers. E não deixou os seus créditos poéticos por mãos alheias. Depois de elogiar o Whopper do Burger King, disse que “Tirar um Big Mac da caixa é de suster a respiração – como quando mãos trémulas com 4 alianças bambas no anelar já só osso e veia tiram o bisneto do berço. Nunca sai bem: ou se desmancha um pouco, ou o queijo colou à caixa que vem atrás”. Eu não sei que experiência tem Eduardo com os recém nascidos: eu nunca vi nenhum desmanchar-se “um pouco” que seja, e posso quase garantir que não vêm em caixas. Mas sou muito nova ainda, e dizem que com o advento da maternidade se descobrem coisas mágicas.

Por agora, fico-me pelo fenómeno da fast food. Que para mim não tem nada de rápido. Durante, exige grande perícia para comer sem talheres, depois, são pelo menos 5 dias à espera que passe a azia. Mas o pior de tudo é o antes. A escolha é tão vasta que exige cuidadosa reflexão. Eu sabia que as coisas já andavam tremidas para os lados da Telepizza, com pizzas Barbecue e Bacalhau com Natas, mas a estucada final foi dada com a criação da pizza lasanha. Este é o rumo que o mundo leva: todas as receitas vão passar a fazer-se sob a forma de pizza. Pizza de ovos escalfados, de feijoada, de ensopado de borrego. Eu devia ter percebido há uns meses que o surgimento da alheira de Mirandela na Pizza na Brasa era um indício do apocalipse! Não liguei, e agora é o que se vê. Anarquia total! Ainda mal refeita do susto, dirijo-me à casa mãe – o McDonalds, e descubro o quê? Que o happy meal agora vem com douradinhos capitão iglo, fatias de maçã, palitos de cenoura e danoninhos. Isto é um ultraje! Ainda sou do tempo em que um Happy Meal era sinónimo de alegria, grandes doses de colesterol, e um boneco. Por este andar só falta o brinde ser uma edição de bolso da Aparição. Toda a gente sabe que uma ida ao McDonalds não deve ser saudável nem didáctica. Isto é uma inversão completa dos valores. Como é que os pais conseguem educar as crianças quando o McDonalds serve sopas e saladas? Qual vai ser o prémio por terem tido 5 a Físico-Química ou por não terem insultado o professor este período? Será comer peixe cozido com um bocadinho mais de azeite? Ou, na loucura, comer uvas red globe, que estão cheias de açúcar? É este tipo de cidadãos que queremos formar?
09
Mar08

Gelados de Gente

condutoras de domingo
Depois de já se ter feito gelados com sabor a quase tudo desde o simples gelado de chocolate até ao incrível gelado de panadinhos de peixe, os inventores de sabores de gelados acharam que lhes estava a escapar algo, até que se fez luz: gelados que sabem a pessoas!
Nem o mestre gelateiro Manuel Oliveira, titular do recorde do Guiness com mais de 700 sabores de gelados e inventor dos deliciosos gelados com sabor a sardinha assada e queijo com presunto, se lembrou de tal proeza… A marca “Ben & Jerry's” é que foi a pioneira desta ideia e escolheu John Lennon para criar um novo sabor. Sob o nome de "Imagine Whirled Peace", este novo sabor pretende iluminar os estômagos e as almas dos seus consumidores e fazer-lhes pensar no que podem fazer para promover a paz nas suas vidas.
E a que é que sabe John Lennon? Sabe a uma mistura de caramelo, biscoitos, doce de leite e símbolos da paz! No site da “Ben & Jerry´s” é possível sugerir novos sabores de gelado. Eles dizem que foi pela paz mas as condutoras acham óbvio que o gelado com sabor a John Lenon foi sugestão da Yoko Ono! O que é que ela não faz para ganhar dinheiro à pala do ex-Beatle? Até há medalhinhas como as de Nossa Senhora de Fátima mas com a cara do John Lennon!
Mas voltando ao que interessa, as condutoras gostavam de sugerir, sem segundas intenções, três novos sabores bem portugueses: gelado com sabor a José Castelo Branco, que seria uma deliciosa mistura de Botox com malas Louis Vitton em miniatura; o gelado com sabor a Benfica, que consistiria num misto de sabor amargo da derrota com lencinhos brancos e por último, o gelado José Mourinho, o “the special one flavour”.

Esperamos só que Mourinho não se desloque em pessoa à geladaria. É que estes sítios estão tendencialmente cheios de crianças e era coisa para dar uma sessão de porrada - talvez até mesmo uma luta de comida, com gelados voando pelo ar e cones a serem usados como armas brancas.

09
Mar08

O Preço da Bica

condutoras de domingo

 

Toda a gente sabe que não há refeição decente que não acabe com uma boa bica. Um ritual que pode perder-se... por causa da especulação do preço do café. E não, não estamos a inventar: não é só o petróleo que é dado a estas coisas, a nossa meia de leite do pequeno almoço também está metida ao barulho. O 24 Horas garante que cada cimbalino vai aumentar quase 17 cêntimos, subindo de um preço médio de 55 cêntimos para 72. A justificação prende-se com a especulação bolsista por causa de um investimento renovado dos Estados Unidos no sector dos bens alimentares. Ou seja: a culpa é dos badochas dos americanos. Sempre a querer mais um frapucino natoso do Starbucks para empurrarem o sacana do hambúrguer. Aquelas barrigas e rabos colossais é que são armas de destruição maciça. O café vai, portanto, começar a ser coisa de ricos, um bem de luxo. Não tarda muito e vamos ver árbitros em tribunal a dizer que a malta de Gondomar os subornava com seis e sete galões de máquina.
09
Mar08

Horóscopo - Scirocco

condutoras de domingo
Esta semana, os astros focam os seus holofotes adivinhatórios na vida de uma criança acabada de nascer: o novo Volkswagen Scirocco. O recém-nascido automóvel foi concebido em Junho de 2006 e, tal como numa vulgar gravidez, sairá da fábrica da Autoeuropa, 9 meses depois, ou seja, em Maio deste ano. No entanto, foram os três gémeos prematuros, nascidos sob o signo de Aquário e enviados durante a semana passada para o Salão Automóvel de Genebra, que puseram os astros em alerta vermelho. Caros Sciroccos, segundo os grãos-mestres da astrologia, cairão sobre as vossas carroçarias, os vossos motores e desempenhos na estrada fortes pressões. A culpa é dos vossos antepassados, dos vossos pais, nascidos há 34 anos em Genebra. Terão que ser fortes, levar constantes choques vitamínicos de óleo e gasolina e protegerem-se dos embates em permanentes revisões psicanalíticas. Será difícil, certamente, até porque nenhum desportivo de luxo, no seu perfeito juízo, se atreve a nascer em Portugal, país de enormes sucatas e ainda maiores taxas de acidentes nas estradas. Para além disso, os vossos pais são de Genebra e vocês, logo à nascença, rejeitam as vossas nobres origens, vindo ao mundo em... Palmela. Há uma lição importante a retirar disto: a vida não é feita de aparências, de estofos de cabedal e jantes de liga leve. Escusam de, ao longo da vossa vida, tentar conquistar o mercado alemão, negando as vossas origens. Lembrem-se de que mais depressa se apanham 200 mil mentirosos motorizados e de pneus robustos do que um coxo. Evitem, também, ser relegados para segundo plano. Um desportivo de luxo deve brilhar – nas mãos de futebolistas, de novos-ricos massajados ou de metrossexuais ginasticados. No entanto, o perigo da mediocridade espreita e alguém vai querer instrumentalizar-vos, usar-vos para atingir outros fins. Como Portugal, por exemplo, que, para regressar ao clube dos países produtores de automóveis, quer clonar-vos como se não houvesse amanhã.

Conselho final dos astros para os recém-nascidos Sciroccos: frequentem eventos sociais, vendam-se descaradamente a uma loira silicónica e dêem uns passeios à beira mar entre Sesimbra e Azeitão. Será a melhor forma de passarem mais tempo em Palmela, junto à vossa morada de infância, evitando que os vossos irmãos mais novos, uns 40 mil por ano, sofram o trauma da separação à nascença.
09
Mar08

ET My Space

condutoras de domingo
Quem está muito empenhado em lutar contra a discriminação dos ostracizados (e esquisitos de um modo geral) é Steven Spielberg. O realizador vai por isso criar uma espécie de My Space destinado apenas a quem nutre grande interesse (ou grande panca) por extraterrestres. Achamos bem, dado que essa é normalmente malta que não costuma ter amigos. Os imaginários não contam. Isto é que é acompanhar os tempos. Antes, o filme de Spielberg falava em “ET, phone home”. Agora seria “ET, e-mail home” ou “ET, adiciona-me ao Hi5”.

09
Mar08

O que é Nacional é Bonzinho - Dom Duarte

condutoras de domingo
Ficámos a saber esta semana que os filhos de Dom Duarte Pio têm problemas na escola. O que não pode ser considerado propriamente uma surpresa! Dom Duarte reúne todos os requisitos para pertencer ao género “encarregado de educação que envergonha as crianças”. Em 1º lugar, tem aquele bigode que mais ninguém usa, a não ser os actores do Regicídio. Depois, tem uma mulher que, vestindo uma bata, podia passar por coleguinha de turma dos filhos. A juntar a isto, é louco e acredita a pés juntos que é o futuro rei de Portugal. Arrumando a um canto os progenitores doutras crianças. Como o pai travesti que acredita ser um clone da Bárbara Streisand, ou o pai ex-combatente que acredita estar a ser perseguido por uma chaimite. Por fim, tem aquela voz inconfundível, que certamente intriga os miúdos da escola toda. Que vão para casa pensar de onde conhecem aquele timbre: se é o vilão das Power Puff Girls ou uma evolução de um Digimon. Isto já eram motivos de sobra para os pequenos príncipes serem gozados pelos outros meninos. Mas parece que o verdadeiro motivo são as lições extra que eles recebem em casa, segundo os objectivos da realeza. “Eles têm de ouvir piadinhas da mau gosto dos coleguinhas e até já tiveram problemas com professores, por terem uma visão histórica diferente", diz o Duque de Bragança. E conta até uma história para termos noção da dimensão do problema: "Uma vez, uma professora perguntou ao meu filho quais eram as cores da bandeira portuguesa. É claro que o rapaz respondeu azul e branco. A professora não gostou e disse-lhe que estava mal, porque a resposta certa seria verde e vermelho.” Nós não queríamos desiludir o pai orgulhoso, mas temos para nós que o pequeno Afonso de Santa Maria é simplesmente… adepto do FC Porto. E até nos parece mal que não o tenham posto de castigo, porque certamente é isso que acontece aos pequenos benfiquistas que dizem que a bandeira nacional é encarnada e tem uma águia. Isto sim, é discriminar a plebe!
09
Mar08

Destravados - Principe Harry

condutoras de domingo
Estar na linha de sucessão para a coroa britânica não é fácil. Veja-se a vida atarefada da Rainha Isabel II, Belita para os amigos. Belita tem a fatigante tarefa de andar por aí, de pochete na mão, a acenar às pessoas. Não é para qualquer um, sobretudo na idade dela – é coisa para provocar umas artrites lixadas. E é normal que nem todos os descendentes se sintam motivados para prosseguir uma carreira no ramo do Reinado. Carlos e William já aceitaram a sua sorte, certos de que um dia lá terão de encavalitar uma coroa na cabeça e fingir-se fascinados pelas anedotas de um qualquer representante de um país rebuscado.

Quanto a Harry, o nosso Destravado desta semana, o caso é um pouco diferente – ele está naquela posição em que é quase futuro rei, mas não chega bem lá. Falta-lhe um bocadinho assim. Pelo que teve de arranjar outra profissão de futuro com a qual se entreter. Harry não fez a coisa por menos e optou pelo exército. Se fosse português, de certeza que tinha escolhido uma profissão mais difícil e estimulante, como ser relações públicas de uma discoteca. Mas não, foi pelo caminho mais fácil e lá se meteu ele num avião rumo ao Afeganistão. Esta semana regressou ao Reino Unido, mas não parece estar muito satisfeito e está já a planear um regresso. Tudo porque, e citamos, Harry “geralmente não gosta de estar em Inglaterra”. Ora nós sabemos que o Afeganistão não é tão perigoso como o Colombo, mas mesmo assim é um lugar complicadito. E ouvir alguém que, caso o irmão tenha um acidente letal com uma espinha de um fish’n’chips, ainda pode acabar como Rei a dizer que não gosta da Inglaterra... é como ouvir o Liedson a dizer mal do Sporting. Ai, espera! Isso já ele fez! Soprando no nosso balão, Harry marca 1.2 de destravadice no seu sangue azul. Nós sabemos que viver em Inglaterra no meio de dentes horrorosos e dias chuvosos não deve ser fácil. Mas mesmo assim é de homem preferir andar por aí num tanque e não num Mini daqueles com o volante no lado contrário.
09
Mar08

Boneca Leonor

condutoras de domingo
Que ela é uma verdadeira boneca com os seus caracóis loiros e olhos azuis, ninguém duvida! Talvez por isso, em Espanha, criaram uma réplica da Infanta Leonor para brincar. E não é que a Boneca da primogénita de Felipe de Borbón e Letizia Ortiz está a ser um verdadeiro sucesso de vendas? Mesmo sendo da Realeza em tudo, desde a roupa até ao preço, 200 euros, esta boneca tem feito muito furor! O que intriga as condutoras é o motivo do sucesso… Qual é o poder especial desta boneca? O GI Joe é um boneco de guerra que faz os miúdos pensarem que são grandes heróis. A Barbie é uma boneca fútil que faz as miúdas quererem ter casas com jacuzis e carros cor-de-rosa. E os Nenucos, mesmo tendo caras de Chucky bonzinhos, ensinam as crianças a tomar conta de bebés.

Agora uma boneca da Infanta Leonor… A primeiro teoria das condutoras foi a de que a boneca ensinava a dizer “oh sim carino” mas depois achamos que a idade do público-alvo não era apropriada. O único motivo que vemos é o de esta boneca não falar e assim não dizer disparates, tais como afirmar ser o Príncipe do Principado da Fuzeta. Se a moda dos bonecos monárquicos pega em Portugal o sucesso do próximo Natal vai ser o bonecoAfonso de Santa Maria João Miguel Gabriel Rafael Herédia de Bragança. Se ele faz bolhinhas com a boca e diz “mamã”, não sabemos, mas que era divertido que este boneco fizesse imitações do Dom Duarte de Bragança, lá isso era!

09
Mar08

Condução Defensiva - Cláudio Ramos

condutoras de domingo
Um romance policial sobre o universo cor-de-rosa português que mistura factos reais com outros ficcionados. São estes os ingredientes de mais um bolo, ou melhor, de mais um intragável pastelão do mundo editorial português, daqueles em que se dá uma trinca e se deseja estar sozinho para se poder cuspir tudo para a borda do prato. Não por falta de dedicação do mestre pasteleiro, neste caso, o cronista social Cláudio Ramos, que passou um ano de roda deste pastel, ao qual ele chama romance policial. Pior: pastel ao qual ele chama romance policial ao qual ele chamou Geneticamente fúteis. Há títulos que dizem tudo, há até gente que estuda o que os títulos podem dizer, e depois há estes outros títulos que se percebem quando quem os inventou fala sobre aquilo que titula. Confuso, não é? Pois é, porque foi assim que fiquei quando tentei descobrir o que é este Geneticamente Fúteis. De acordo com o autor, o livro ou, aqui entre nós, o pastel é uma coisa que «implicou muito trabalho, já que intercalar personagens não é fácil». Não é, de facto; vejam-se, por exemplo, os desenhos animados do canal Panda. Não têm muitas personagens, não senhor, para não confundir as criancinhas; mesmo o tão popular Noddy não deve ter mais do que uns 4, 5 amiguinhos. Já Cláudio Ramos conseguiu atingir a fasquia dos 6, pelo menos: em Geneticamente Fúteis, há um «temido cronista social» (quem será ele?!) e mais cinco mulheres do meio cor-de-rosa, rapariguinhas de revista unidas por um traço comum. Adivinhem... A futilidade! Exactamente! É Cláudio Ramos quem o diz: «Elas têm coisas em comum, como, por exemplo, a futilidade». Lá está. Está-lhes nos genes, que podem as pobrezitas fazer?! Mas, voltando ao trabalho que isto, a invenção de um “pastel” vendável, dá. Cláudio Ramos, às tantas, fala de um laboratório. Ora, recordando o título do seu livro, Geneticamente Fúteis, pensamos logo que o rapaz, entusiasmado com os dotes dos rapazitos (e «rapazitas» também, claro) do CSI, resolveu basear o seu policial numa investigação criminal. Afinal, não; afinal, eu é que tinha razão ao estabelecer paralelismos com a indústria pasteleira, pois o laboratório de Cláudio Ramos foi... uma esplanada no Chiado. «Passei horas», conta ele, «de bloco na mão a observar as atitudes das mulheres. Preferi assim do que ler literatura do género.» Pois está claro, disso não temos nós dúvidas. Até porque, caro Cláudio, a “literatura do género” ainda está por inventar; talvez nisso você, caro cronista cor-de-rosa, seja um pioneiro. Ficará para sempre na história da literatura light portuguesa como o homem que criou o romance de esplanada.
09
Mar08

Choque Frontal - Violência Rural

condutoras de domingo
As assimetrias entre as regiões portuguesas são uma aberração, à qual não podemos ficar indiferentes. Felizmente o assunto já está a ser resolvido numa das áreas mais importantes da actividade. O crime organizado. Depois da Noite do Porto, com direito a rixas, tiroteios e mortes, seguiu-se a capital. Com uma bela dose de violência também. Homicídios em centros comerciais, carjacking com assassínio em bairros chiques de Sacavém (e aqui o que mais espanta é a possibilidade de haver condomínios privados em Sacavém)… Enfim, a onda de violência começou a espalhar-se mas, como é hábito, só nas metrópoles. Sempre os mesmos privilegiados. Como se não bastasse sermos os únicos a poder ver antes de 2010 o “Haverá Sangue”, ou os únicos a ter lojas de conveniência, éramos até há pouco tempo os únicos a poder passar no “cenário do crime”, para ir comprar umas roupas à Zara ou dar um pezinho de dança num bar da Ribeira. E isto é profundamente injusto. Quando há aumento de impostos, é para todos, quando há inflação das carcaças, é para todos, e quando há crimes estilo Bronx, é só para alguns. Ou melhor: era! Porque felizmente houve um benemérito que se lembrou das zonas do interior, votadas à apatia, e resolveu o assunto. Agora os locais de diversão rurais também têm direito a alguma acção! 4ª feira dois encapuçados assaltaram e agrediram o proprietário dum bar de alterne em Ponte do Abade, Sernancelhe. José Soares estava a encerrar o estabelecimento Kiss The Night quando foi roubado, agredido e trancado no seu porta-bagagens. O que já dá ares de “Gangs de Nova Iorque”, uma coisa assim em bom! Segundo a PJ, os assaltantes levaram anéis, telemóveis, e 12 mil euros, que “constituíam o apuro da noite”. 2ª conclusão inesperada de hoje: além de haver zona fina em Sacavém, há futuro para um bar chamado “Kiss The Night”. Quem sabe não será um digno sucessor do “Calor da Noite?” É questão de pagarem umas presenças a Carolina Salgado. Adiante. Este despontar da violência campestre fez-se sentir também noutro bar de alterne em, atentem no nome: Fataunços, Vouzela. Igualdade de oportunidades é sempre louvável. Todo o cidadão que gosta de sair para passar um bom bocado, merece estar na iminência de ser raptado e levado para a América do Sul. Ou na pior das hipóteses, de levar um encontrão. Posto isto, e já que a zona está decididamente a ficar animada, quero deixar um repto. Às mães de Bragança, que há muito não aparecem em público! Unam-se, por favor! Deixem-se de comunicados e manifestos. Entrem por essas boites e danceterias adentro e desatem a disparar. É moderno, e faz com que os índices de urbanidade no sangue subam num instante.
09
Mar08

A Princesa Carolina

condutoras de domingo
Era Uma Vez... A próxima notícia bem podia começar assim. Isto porque a história de Carolina Salgado tem algumas semelhanças com o clássico conto da Cinderela. Até no facto de uma usar abóboras como meio de transporte e a outras usar fruta como meio de comunicação em código. Carolina tem também ela uma irmã malvada e uma fada madrinha (a Leonor Pinhão). É a verdadeira história da borralheira feita princesa, com direito a filme e tudo – pena não ter sido também da Disney, mas enfim. Ora com todas estas coincidências, é normal que Carolina queira fazer a vida de princesa que foi prometida à própria Cinderela no fim da sua história. Portanto, é normalíssimo que trate os agentes das PSP que lhe fazem a escolta como se fossem a sua criadagem. Os ingratos policias vieram agora queixar-se de que Salgado lhes dá valentes secas, obrigando-os a ir buscá-la às oito da manhã para depois só sair lá pela hora do almoço. Que injustos! Eles é que não estão a colaborar! Podiam usar uns fatos de mordomo ou aceitar ser chamados de Jarbas. Mas não – insistem em aparecer todos os dias com umas roupinhas possidónias. E andam de armas em vez de andarem com leques ou folhas de coqueiro para a abanar. Não têm sentido prático nenhum e percebem zero acerca do que é acompanhar uma princesa. Nas histórias de princesas é também normal haver terríveis dragões. Este caso não é excepção: o dragão Pinto da Costa exige 10 mil euros por difamação, à pala do best seller “Eu, Carolina”. Nós achamos que o presidente portista devia era estar era mais preocupado em exigir que o livro fosse reeditado com todas as suas fotos tratadas em photoshop. Se o Sarkozy pode, ele também pode tirar um pneu ou cinco e aparar uns pelitos.
09
Mar08

De Encontro ao Pára-Brisas - Parque Mayer

condutoras de domingo
Há quem pense que a única coisa de interessante que se passa no Parque Mayer é a Revista Hip Hop’arque. Mentira. Em primeiro lugar, porque “interessante” não é o termo. Actividades em que entram a Marina Mota e o Carlos Cunha podem provocar-nos uma alegria esfusiante mas não despertam “interesse”. Continuando: pelo Parque Mayer passam muitas mais coisas, sobretudo ideias de conceituados arquitectos da nossa praça. O presidente da Câmara de Lisboa anunciou as cinco propostas vencedoras para a reabilitação do Parque Mayer. E há ideias para todos os gostos! Desde hotéis até spas, passando por restaurantes, residências artísticas, centros de exposições. Nós não queremos ser do contra, mas isto é mesmo parecido com o que aquele senhor… como é que se chamava? Frank Gehry, acho que era isso, apresentou há uns meses atrás. Mas António Costa não queria projectos megalómanos para o Parque Mayer. Por isso optou por estas ideias, que só prevêem hotéis de luxo e um funicular. Eu não sei o que vocês acham, mas a mim funicular faz-me sempre lembrar neve. E isso dá-me uma ideia muito mais engraçada para o dito parque Mayer, e zona envolvente. Porque não construir uma estância de Ski? Começava ali no Príncipe Real – até porque “Rua do Sol ao Rato” é um nome com tanta ênfase como Formigal ou Pas de La Casa. A Escola Politécnica podia passar a escola de Ski e Snowboard, e na Praça da Alegria podiam estar as pistas pretas, as mais difíceis de descer. No caso do executivo lisboeta temer, de morte, os autarcas de Seia e Gouveia, e não querer fazer frente à Serra da Estrela, há opções mais pacíficas. Nós aqui nas Condutoras não percebemos muito de plantas e alçados, mas fizemos umas propostas à maneira. Podemos criar o Parque Natural de Mayer, com muitas espécies selvagens em habitat protegido. Não é preciso ir recolher os espécimes muito longe: há vários entre o Maxime e o Teatro Maria Vitória. Outra ideia é voltar às origens e fazer uma Feira Popular. Mas em bom. Nada de lagarta gigante e chávenas que andam à volta. Na senda dos inteligentes records nacionais, tinha de vender o maior churro da Europa ou ter a Passagem do Terror mais assustadora da Península Ibérica. Pelo menos! Aproveitando os prados verdejantes do Jardim Botânico pode inaugurar-se o Parque Mayer Naturista. O Meco está fora de moda e os nudistas sonham com uma Colina do Sol à portuguesa. Era bonito fazer-lhes o jeitinho e deixar famílias em pelota ir conhecer as hortênsias, as acácias, o herbário… Outra possibilidade é criar o Mayer Parque, nome que está mesmo a pedir um Centro Comercial. Isso sim, faz muita falta. É que chega a haver 2km em Lisboa sem uma loja da Natura!
 
09
Mar08

Agarrado ao Pára-Choques - Aquela Bata

condutoras de domingo
Aqui no nosso carro apreciamos os profissionais do mercado de batas e fardamentos. Gostamos de saber que é graças a eles que podemos parar o automóvel junto a uma pastelaria e sermos servidas por um rapazinho com uma jaleca com punho em sarja 67% poliester e 33% algodão sobre uma calça 70% poliester e 20% viscose; ou, se o caso for mais trágico e envolver uma pequena queimadura no isqueiro, gostamos de ser atendidas no posto médico por um enfermeiro trajado com uma bata aberta atrás em sarja 67% poliester e 33% algodão. Tudo isto, claro, se as indumentárias forem Modelos Guanabara. Altamente especializada, esta empresa dedicada ao vestuário profissional tem como áreas de sucesso a saúde, a educação, a hotelaria, a restauração, os serviços domésticos, comerciais e industriais. Ou seja, tem fatiota para toda a obra. E tem também segredo: conjuga inovação com qualidade dos tecidos e na confecção. E isto, minhas amigas, caros ouvintes, tem como resultado «Aquela bata». Não esta - aquela; AQUELA que identificamos assim que vemos. É a bata inconfundível. Aliás, melhor do que a super-bata, só mesmo o site que a divulga. Ora experimentem ir a www.modelosguanabara.com e deliciem-se com a história desta empresa. Chama-se «Sopa de Noviça» e reza assim (preparem-se porque é história longa e antiga, a lembrar os melhores tempos da ditadura): «O Pai da Rosa – que roubara o nome a uma flor, conhecia o Sr. Doutor para quem trabalhara anos atrás, na sua Quinta de Palmela. Passados tempos, lembrou-lhe: Não precisa de uma criada? Sim realmente preciso duma pessoa que fosse ajudar a minha esposa, tenho dois meninos... A Rosa encantada com a cidade de Lisboa – Que casa tão grande e tão bonita, a Senhora e o Senhor Doutor uma simpatia, os meninos encantadores, e aquela senhora a trabalhar numa máquina de costura a pedal, tratavam-na por Laurinda. Oh Laurinda, experimenta na Rosa o meu vestido que já não uso, sobe-lhe um pouco a bainha para que não fique em cima dos sapatos. Aproveite aquele tecido que estava destinado a cortinas e faça aventais. A explosão aconteceu quando os amigos do Porto, um casal “muito fino”, vieram assistir ao 5º aniversário do Ricardinho. Então a D. Leonor segredou à amiga: Será possível, nós no Porto já sabemos e tu em Lisboa desconheces? A Rosa faz hoje 71 anos, trabalha (como quem diz) em casa do menino Ricardinho, que é o Presidente de uma das maiores empresas portuguesas. Ainda existe guardado como uma relíquia o aventalinho de “Bordado Inglês” que serviu para o 6º aniversário e, como a Rosa tem boa memória, comprado na Modelos Guanabara.» Não sei o que estão vocês a sentir; eu, depois desta fábula hermética, dou-me por vencida. E agora é ver o meu guarda-vestidos transformado em guarda-batas; é ver-me descer a rua, airosa e fabulosa, com aquela bata 67% poliester e 33% algodão.
09
Mar08

Quem é Quem

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De facto, aprende-se muito com as brincadeiras da nossa infância. A busca pela Maddie, por exemplo, tem o seu quê de “Quem É Quem”. Pense-se nos retratos robô: “Tem barba? Tem cabelo preto? Ah, então é o Bob”. Claro que os retratos do suspeito do rapto de Maddie obedecem a todo um novo estilo, tão moderno que no primeiro retrato nem se via uma cara. Mas é possível descobrir imensa coisa só por um desenho como aqueles. Sabemos, por exemplo, que tinha pernas. As duas. Por isso não foi a perneta da ex-mulher do Paul McCarteney nem o Sassy Perêrê do “Sítio do Picapau Amarelo”.
09
Mar08

Está a Falar de Quê? - Marion Cotillard

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Há duas maneiras infalíveis de ganhar um Oscar: ou fazendo-se o papel de alguém com problemas mentais ou fazendo-se o chamado biopic (ou biografia xaroposa que faz de toda e qualquer pessoa um herói épico, mesmo que fosse um simples vendedor de seguros). Ambos os estilos deixam a Academia toda arrepiadinha com tamanha capacidade de metamorfose por parte do actor. Claro que nós, comuns mortais, continuamos a pensar “olha o Val Kilmer com uma peruca” ou “olha o Will Smith com enchumaços”, mas isso somos nós que nada percebemos da milenar técnica da representação. Este ano não foi excepção e o Oscar para Melhor Actriz foi parar às mãos de Marion Cotillard, uma francesa que fez de Edith Piaf num filme que em Portugal nem chegou a estrear. Quando subiu ao palco para ir buscar o seu careca nu dourado, Marion fez o clássico número de chorar baba e ranho e de agradecer o sonho americano. Foi bonito, sim senhor. Mas mais bonito ainda foi um momento algures em 2006. Nessa altura, a actriz deu uma entrevista onde partilhou com o mundo a sua brilhante teoria sobre o ataque às Torres Gémeas nos 11 de Setembro. Marion defende, como tantos outros, que os próprios Estados Unidos tiveram mãozinha no espectacular espetanço dos aviões. Mas a francesa vai mais longe e desenvolve uma teoria digna de um taxista ou daqueles bêbados cheios de sacos de plástico que gritam com pombos e sinais de trânsito. Marion Cotillard disse na entrevista:
“As Torres Gémeas representavam um buraco financeiro e saía muito mais caro fazer obras para as modernizar do que destruí-las”.

Estamos, portanto, perante um mero problema de bricolage. Qual Bin Laden, quais filminhos em cavernas... Isto era um caso para as habilidosas mãos do “Querido, Mudei A Casa”. Qualquer pessoa que em Lisboa já tenha passado nas imediações das Torres das Amoreiras de certeza que já pensou: “têm um aspecto tão velhinho e oitentão, o melhor era mandar-lhes com um avião da TAP para cima e acabar logo com o problema”. Poupa-se para cima de um dinheirão em lavadores de vidro e em tintas. Destrói-se, limpa-se o entulho e começa-se um novo prédio – se resultava com as peças de Legos quando éramos miúdos, porque raio não há de resultar agora?

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Todos os domingos na Antena 3, entre as 11:00h e as 13:00h. Um programa de Raquel Bulha e Maria João Cruz, com Inês Fonseca Santos, Carla Lima e Joana Marques.

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Condutoras de Domingo é um programa da Antena 3. Um percurso semanal (e satírico) pelos principais assuntos da actualidade e pelo país contemporâneo.

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