Máximos
Para Paulo Pereira Gomes. Não conhece o nome? Mas conhece de certeza o número de telefone. Estava numa faixa gigantesca no edifício invadido pelos agentes da PSP, na perseguição a um assaltante. Este vendedor da Remax protagonizou o golpe publicitário do século. Deixou para trás ícones como “4 e meia, hora coca-cola light” ou máximas como “o algodão não engana”, num abrir e fechar de olhos. Ou melhor, na abertura de todos os telejornais. Agora o balãozinho da Remax é mais conhecido que o símbolo da Nike ou a águia do Benfica. E tudo graças a Paulo Gomes, que iniciou a sua carreira no ramo imobiliário há apenas 4 anos e tem agora uma grande margem de progressão. Isto faz lembrar o futebol. Sobretudo aquela época em que Jardel perguntava na camisola interior se “será do guaraná?”. Paulo Pereira vem inaugurar uma nova forma de product placement, longe dos relvados. As cenas de crime! Já estamos a imaginar: aquela fita habitual da polícia pode passar a dizer coisas como “Um Bongo, o Bom Sabor da Selva” e os collants que os ladrões usam na cabeça podem ter, em letras garrafais “Lingerie La Perla”. Os patrocínios podem até alargar-se a outras modalidades de crime, além dos assaltos. Por exemplo, os raptos. As condutoras ainda acreditam que a Maddie vai aparecer. E como os seus pais estão sempre a par das últimas tendências, sabemos que já têm um plano de marketing em acção. Se for encontrada de boa saúde, a sua t-shirt dirá “é como encontrar um trevo na tromba de um elefante”. Se for encontrada debaixo da terra, o slogan só podia ser este: “McCann, batata de honra”.
Médios
Para a venezuelana Íris Varela, que ousou fazer aquilo com que todos sonhamos: interromper um programa de televisão para espancar o apresentador! É verdade. A única coisa que nos entristece é saber que isto nunca vai acontecer no nosso país. Esta deputada do partido de Hugo Chavez irrompeu pelo estúdio do Café com Azócar, acusando o jornalista Gustavo Azócar de difamação, enquanto o esbofeteava. Parece que ele falou da sua vida privada em público. Lá está, uma coisa que nunca acontece em Portugal! Aqui ninguém comenta a vida alheia. A Maya, a Florbela Queirós e a Valentina Torres fazem apenas observações pertinentes sobre temas da actualidade, que não incluem o trânsito nem o tempo. Nem notícias. Mas é só isso. Gustavo Azócar foi mais longe, denegriu a imagem da deputada com a publicação de um livro - “Histórias Negras de Dignitários Vermelhos: a Comandante Fosforito.” Também isto é uma miragem num país como o nosso. Pois nem Nuno Eiró e Cláudio Ramos juntos conseguiriam escrever uma frase com tantas palavras. A nossa derradeira esperança tinha 2 nomes: Odete Santos. A única deputada nacional a quem o adjectivo “vulcânica” assenta tão bem como a Íris Varela. Só que, além de Odete estar retirada, e mais dedicada a projectos como “Arre Potter que é Demais”, também não nos parece que nutra ódio suficiente por Goucha, ao ponto de lhe partir os óculos. Até porque isso arruinaria a toillete do homem, e se há coisa que Odete tem é sentido estético.
Mínimos
Para a Internet. A própria. Estudos recentes avisam que a sua capacidade poderá esgotar em 2010, devido ao excesso de conteúdos. Anda tudo muito preocupado com a pobre infraestrutura, que poderá não aguentar… Pois as Condutoras de Domingo querem mais é que a Internet rua, e fique reduzida a cinzas! É que ela até começou bem. Dava para ir a chats, fazer uns jogos no mIRC, procurar umas imagens no terravista, enviar uns mails através da Telepac… Era uma vida santa. Mais tarde ainda fizemos uns downloads de músicas com o Napster, até sermos todos postos em tribunal, mas era giro. Vivia-se em franca harmonia. O pior veio depois. A Internet começou a andar com más companhias e o resultado está à vista: comunidades que incentivam o suicídio colectivo, sites com dicas para auto-mutilação, blogues de apoio à anorexia, fóruns de extrema direita. Isto é um desvio comportamental gravíssimo. A Internet adoptou a banda larga, e com ela, a marginalidade. Chega a ser irónico abrir sites que nos pedem para assegurar que temos mais de 18 anos. A pergunta devia ser ao contrário! Só as crianças é que deviam ir à net. E aí sim, tudo seria como dantes! Sem a parte de ser dial up e termos de ficar com o telefone impedido durante 10h, de preferência. Não por nós claro, que não usaríamos, mas pelos nossos filhos! Para eles poderem enviar a declaração do IRS, fazer transferências inter-bancárias… essas coisas divertidas para os miúdos.