Horóscopo - Sexo
Esta semana, nada houve de mais preocupante para os astros do que o sexo. Não o sexo no mundo dos planetas, que esses, com Vénus e Marte, lá se vão safando. Os astros andam em cuidado com o sexo, ele mesmo, o próprio, o do “coiso e tal”. O sexo anda literalmente em maus lençóis, isto é, nos lençóis dos portugueses, povo que, assim sem mais, começou a preferir fazê-lo do que a assistir a desafios de futebol. O momento é difícil, caríssimo sexo, sobretudo no campo profissional. Sentir-se-á usado e abusado, envolvido em ondas de suor e gemidos nunca antes ouvidos em território nacional. Nem mesmo num estádio de futebol, onde a intensidade “decibélica” é batida aos pontos por aquela que se atinge dentro das quatro paredes de um casal português. Por isso, como nunca antes se viu tamanha escravização do sexo, sentirá um cansaço esmagador que o arrastará pelos caminhos do desespero e o levará às lágrimas. Mas apenas a si porque os portugueses que o usam a seu bel-prazer, esses, nem uma lágrima verterão. Serão apenas gargalhadas e estremeções orgásmicos utilizados para secar as lágrimas que lhes cairam nos bons tempos em que preferiam assistir a jogos de futebol. Tudo isto, caro sexo, deixá-lo-á ainda mais irrequieto e desconfiado, sentindo-se defraudado pelos seus ex-melhores amigos, este povo português aparentemente acostumado a rapidinhas durante os intervalos da bola ou da novela. Seja forte, aguente o estoiranço, dê um passeio e compre uma boa base que disfarce essas olheiras. E, para recuperar a esperança de um dia vir a ter o sossego que um bom tuga lhe proporcionava, lembre-se de que os portugueses não gostam de preservativos nem de testes à sida, o que significa que tanto o babyboom como o deathboom que se aproximam vão permitir-lhe gozar férias num convento em terras de “nuestros hermanos abstinentes”, esses milhões de espanhóis que honram a expressão desporto-rei e sabem que ela não se aplica a si. Se isto demorar, os astros recomendam-lhe, como conselho final, que tente acabar com os artigos das revistas femininas que o identificam como um eficaz queima-calorias. Combine um jantar com cientistas de renome, passe-lhes umas notas por baixo da mesa e arranje maneira de eles avançarem com a notícia de que olhar fixamente para a televisão ao longo dos 90 minutos de uma partida de futebol estimula a zona óptica, local onde se acumula a maior parte das calorias do corpo humano e a partir do qual se libertam endorfinas. Isso, sim, faz bem à saúde, sobretudo se aliado a uma contracção alternada das nádegas, que se levantam suavemente sempre que o espectador do desafio de futebol tenta alcançar de um lado o comando e do outro a garrafita da mini.