Matemática
«Elementar, meu caro Stor»! Este bem poderia ser o comentário dos muitos alunos do 4º e 6º anos de escolaridade que esta semana realizaram prova de aferição de Matemática. Não estamos, propriamente, a falar de “sherlocks” da disciplina, capazes de relacionar dados que conduzam à resolução dos problemas. Falamos, sim, de uma prova de aferição que a Sociedade Portuguesa de Matemática classificou como sendo de uma «simplicidade infantil». Haverá, decerto, algum excesso de zelo nesta apreciação! É verdade que a prova tinha um número considerável de questões elementares. É verdade, também, que algumas delas nem testavam, propriamente, competências matemáticas. E é sabido que os alunos podiam levar calculadora. Ora, em bom rigor, não há como aferir que a prova era fácil! E custa ver que a Sociedade Portuguesa de Matemática tenha preferido censurar o Ministério da Educação, em vez de sublinhar o seu esforço para convergir com a média europeia, poupando os alunos a essa tarefa tão penosa quanto desnecessária: raciocinar! Controvérsias à parte, daqui para a frente, o verdadeiro desafio das provas de aferição deve ser o de descobrir as questões matemáticas que verdadeiramente apaixonam os alunos de hoje. Por exemplo: «Sabendo que o João já faltou 55 vezes à aula de Matemática, quantas faltas poderá dar para não reprovar?». Resposta, segundo o novo estatuto do aluno: «as que quiser».