O que é Nacional é Bonzinho - Raquel Cruz
A subtileza é uma característica à qual muitos podem almejar, mas nem todos podem atingir. E Raquel Cruz demonstrou que tem o mesmo grau de subtileza do Emplastro no Santuário de Fátima ou do Jorge Palma no chão dos Globos de Ouro. Vejamos a situação desde início. Estamos em 2003. A mulher de Carlos Cruz conseguiu o emprego com o qual todas nós sonhamos: ser cronista do 24 Horas. E resolve usar o poder da sua quase nobelizada escrita para dar umas alfinetadas no inspector da PJ que está a tratar do caso contra o seu marido. Solta o Lobo Antunes que há em si, e começa numa bonita prosa, em código. Só que, lá está, a subtileza não impera. E Raquel acha que a melhor maneira de disfarçar é não usar o nome Inspector Dias André mas sim “inspector Days” e substituir Carlos Cruz por “apresentador Charlie”. Perfeito, não é? Nunca ninguém iria suspeitar. Ainda por cima um dialecto tão fora do comum, o inglês. Ainda bem que não caiu na solução óbvia de usar Klingon, lituano ou mesmo a Linguagem dos Estrunfes. Aí era logo catada.
Nós nas Condutoras de Domingo achamos que Raquel podia beneficiar de umas dicas do Futebol Clube do Porto. Eles sim, dominam a lógica de todo um léxico paralelo. Se a ex-modelo tivesse puxado um bocadinho pela cabeça, teria chegado a um “inspector Papaia” e um “apresentador Diospiro” e nunca teria sido processada por difamação.
Numa primeira instância, Raquel Cruz foi condenada a pagar 25 mil euros, mas agora o Supremo Tribunal de Justiça veio reduzir o montante da indemnização 5 mil, justificando que a senhora agiu sob “forte angústia”, uma vez que na altura Carlos Cruz ainda estava preso. E, pelos vistos, a forte angústia é uma coisa que tolda a criatividade. Raquel, amiga, para a próxima usa ao menos a “linguagem dos Ps”. É o mínimo…