Fumo a Bordo
Parece impossível mas desta vez foi Sócrates e não Hugo Chavez quem deu que falar. E para os portugueses ficou claro que ninguém está acima da lei, nem mesmo quando voa a 17 000 pés de altitude. A polémica estoirou quando se soube que o Primeiro-ministro fumou no voo da TAP que transportou a comitiva governamental à Venezuela, para uma visita de Estado. Como não foi anunciada nenhuma grande decisão, digamos... a eleição de um novo Papa ou uma descida dos impostos, não havia mesmo forma de justificar a existência de fumo a bordo. A oposição, que em terra se vê sempre aflita para arranjar argumentos consistentes, agarrou-se logo à notícia e acusou José Sócrates de violar a lei do tabaco e de dar um mau exemplo ao país. A julgar pelo tom de alguns comentários, o fumo do cigarro de Sócrates era parecido como a muralha da China, isto é, podia ser visto a partir do espaço. Mas para dissipar a polémica, Sócrates resolveu deixar o vício e pediu desculpa aos portugueses, admitindo ter fumado juntamente com o Ministro da Economia, esse transgressor inveterado. Mas disse também que não sabia que estava a infringir a lei! É uma mancha feia essa... e daquelas que custam a limpar. Sócrates arranjou assim o melhor incentivo de todos para deixar de fumar: ter 10 milhões de portugueses a vigiá-lo. Um plano destes não tem como falhar, é melhor que aqueles anúncios do Diogo Infante.