Adeus Alípio
Nos dias que correm, há um procedimento que não figura no código do trabalho, mas que se está a generalizar de forma assustadora: quando se trata de abandonar um cargo, em vez de se redigir uma carta de demissão, dá-se uma entrevista a um jornal. Alípio Ribeiro, que já por diversas vezes enfiou o pé na argola com declarações precipitadas, veio esta semana defender, numa entrevista ao Diário Económico, uma mudança de tutela na PJ. A instituição até entendeu que devia mudar, sim senhora, mas de... director. Foi assim que Alípio Ribeiro saltou fora, um ano antes de terminar o mandato. A Polícia Judiciária está assim cada vez mais parecida com um clube de futebol, uma vez que já não espera até ao final da época para mudar de treinador. Para o lugar de Director entrou agora Almeida Rodrigues, classificado como «um homem da casa», o que é um dado, no mínimo, inquietante. É que, por norma, «homem da casa» designa alguém que se arrasta de chinelos e camisa de alças pelo corredor, com uma cerveja numa mão e um comando de televisão na outra.