24
Fev08
Lei do Tabaco
condutoras de domingo
Por falar em cigarrinhos: os defensores do tabaco continuam determinados em arranjar uma boa “excepção” para que se possa fumar em lugares fechados. Esta semana, a Associação de Bares e Discotecas da Zona Histórica do Porto saiu-se com esta interessante e curiosa ideia: transformar os bares e discotecas em associações culturais e recreativas sem fins lucrativos. Toda a gente se apressou em repudiar esta ideia mas, francamente, achamos que foi uma atitude precipitada. Se pensarmos melhor, esta aproximação das discotecas aos clubes recreativos até é capaz de ser bem boa. Se for uma associação sem fins lucrativos, significa que não podem fazer dinheiro, logo não pode haver caixa, logo os copos são à borla. E isso é bom para todos. A noite transforma-se numa enorme happy hour. É certo que sendo um clube recreativo, em vez de um DJ, vamos passar a ter de gramar com bandas de versões foleiras, com nomes como “Quartzo 2000” ou “Conjunto Bruno e Valter”. Mas também se a bebida for de graça ninguém vai estar sóbrio o suficiente para se importar com isso. De qualquer maneira, não deveria ser isto que a Associação de Bares e Discotecas do Porto teria em mente quando pensou nesta proposta que, lembramos, tem como único objectivo contornar a lei do tabaco. Mas, ser era de facto, para aproximar a vida nocturna do imaginário mais popular e típico, então, não era preciso ir para as associações recreativas. As feiras, também, são muito boas e também metem bailaricos. E se pensarmos bem, tem muito mais a ver com a noite do Porto. É uma questão de pôr os carrinhos de choque a andar mais depressa e de substituir as espingardas das barracas de tirinhos por metralhadoras a sério. Ainda assim, não nos parece que seja por aqui que vão conseguir a tão desejada permissão para fumar. Já tentaram o estatuto de casinos, agora as discotecas querem ser associações recreativas. As Condutoras têm uma ideia muito melhor: peçam o estatuto de cinzeiro. É capaz de resultar melhor.