02
Mar08
Destravados - Sarkozy
condutoras de domingo
Temos sempre a mania que o nosso país está atrasado em relação ao que se faz lá fora. Mas, sendo justas, temos de admitir que somos pioneiros em algumas coisas importantes. Como, por exemplo, o uso de sistemas de Via Verde nas auto-estradas e a manufactura de pães com chouriço gigantes para o Guiness. E fomos também precoces numa outra coisa: a figura do político polémico, blasé e a atirar para o charmoso. Já nos anos 90 presenteámos o planeta com as figuras de Santana Lopes e Manuel Carrilho. O primeiro andou com uma actriz brasileira e uma tia jet set, não percebia nada de Chopin e quis acabar com a sua carreira política por causa dessa persona influente que é João Baião. Já o segundo casou com uma apresentadora de televisão que o obriga a limpar a casa, detesta apertos de mão possidónios e percebe que a única maneira de votarem nele é mostrando o seu filho fofo.
É talvez por termos tantos anos de agradável convívio com estes dois vultos da política que não estranhamos tanto como o resto do mundo a figura de Sarkozy. O que não quer dizer que não sejamos fãs das suas destravadices. O aparecer bêbado em conferências de imprensa, o casar-se com uma supermodelo que conhece há meia dúzia de semanas... e o ofender o povinho. Foi esta o último momento de diversão para toda a família que o presidente francês proporcionou. O incidente ocorreu no Salão de Agricultura, onde Sarkozy chamou “pobre imbecil” a um homem que se negou a dar-lhe a mão, com o argumento de que "não queria sujar-se".
Ou seja, nova semelhança com Carrilho: além do penteado, ambos têm um problema com apertos de mão. Talvez o ideal seja optarem por outra forma de cumprimento menos complexa, como esfregar os narizes como os esquimós ou cheirar o rabo como os cães. Soprando no balão da Destravadice novamente (Sarkozy é um repetente neste espaço das Condutoras de Domingo), o presidente francês marca 1.5. Não tanto pelo que fez, mas sim por aquilo que promete fazer. No campo da Destravadice, quer nos parecer que Sarkozy vai fazer uma coisa muito pouco típica dos políticos - e cumprir as suas promessas.