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As condutoras de domingo estão muito perturbadas com uma recente descoberta: Rui Santos, essa figura de charneira do comentário político, tem vida para lá das 4 linhas! Não!!!!! Olha, até se pode dizer que estamos em autêntico “Estádio de Choque” – que é o nome do livro deste senhor, que se definiu em tempos como “Francisco Louçã do futebol”.
Nesse capítulo, temos de acrescentar que os fatinhos a fazer pandam com a gravata o aproximam mais do “gouchismo” do que do bloquismo. Mas, adiante.
Aquilo que nos abalou foi descobrir que Rui Santos comenta outra coisa que não futebol. Sim, é verdade. Ele tem uma crónica chamada “Semi-ópticas” no Correio da Manhã.
Já devíamos ter desconfiado. Afinal de contas, seja qual for o assunto em debate, este profeta da bola, insiste em dar a conhecer o outro lado da questão. Porque nada é tão simples como parece. Uma chicotada psicológica serve de pretexto para relacionar Ulisses Morais com os princípios do behaviorismo; um encontro de jovens estrelas com prostitutas é o ponto de partida ideal para uma dissertação sobre teoria da relatividade e poligamia… um fora de jogo é suficiente para deixar Rui Santos a discorrer sobre a efemeridade da condição humana. Pelo meio, lá tem de disfarçar, falando de uma ou outra falta ou do losango de Paulo Bento.
Já no Correio da Manhã, Rui Santos tem liberdade total. Surge despido de preconceitos mas mais engalanado com conceitos do que nunca. E, ui!, como este senhor gosta de noções, concepções e trocadilhos! Ou não tivesse ele 20 anos da maior escola de laracha do país: o jornal A Bola. E de um homem assim, só poderíamos esperar um título como este: “o médico, o monstro e o astrolopatético”. Se não fala de futebol, fala de quê então? Não temos certeza de ter percebido. Diz-nos o Rui que “o somatório de um conjunto de planos tecnológicos permitiu ao ser humano ser, hoje, o resultado da sua inteligência e permanente aculturação”.
Desculpe, Rui?! Parece que isto não resultou lá muito bem. As quantidades devem ter sido mal misturadas, talvez. Ou isso, ou é uma consequência do “sobreaquecimento do globo terráqueo”, de que nos fala às tantas na crónica. Temos para nós que isto ou é uma aculturação muito mal feita ou Rui é, mais do que um profeta, um enviado doutro planeta! Mas é pelo menos um alien trabalhador. Mas, Rui, também fala de política. Diz que os acontecimentos do PSD o “obrigaram a repaginar a História da Civilização”. Tem “tempo extra” que se farta, este Rui. Entendemos agora a sua disponibilidade total para comentar o novo penteado do Nani ou o último bocejo de Madail a qualquer hora da madrugada.
Posto isto: queremos deixar aqui um apelo: Rui, comenta a nossa vida também! Fazemos coisas tão engraçadas! E temos a certeza que vais arranjar uma maneira eloquente e palavrosa de contar que fomos à mercearia e não tínhamos trocos. Por favor, Rui! Siiiiiim!
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