Tão Mau Que é Bom - Memórias dos McCann
A nossa especialista em literatura Maddie é a Inês Fonseca Santos, longe de mim querer roubar-lhe esse pelouro. Mas ela está a trabalhar num novo sub-género, que são as adaptações Maddie. Já tem os rascunhos da Cabana do Pai McCann, que sustenta a teoria de que o apartamento do Oceans Club era demasiado vulnerável. E está a desenvolver as Maddies de Salomão, onde defende que não há só uma mas muitas Maddies, e transporta toda a história para o universo feérico das minas, longe do mau ambiente da praia da Luz. Mas não são só as Condutoras de Domingo a trabalhar em novas edições com a chancela Maddie. Depois de jornalistas, pseudo jornalistas, detectives e donas de casa terem escrito sobre o desaparecimento da criança, é a vez de Gonçalo Amaral, 1º responsável pelo caso, lançar um livro. Isto aumenta o nível de literacia e a riqueza nacional, mas deixa de fora aqueles que deviam ser os maiores beneficiários. O casal McCann. É que eles só têm os milhões de euros do fundo de solidariedade, não têm cá pensões ou subsídios de férias! Também merecem o seu quinhão. E por isso mesmo puseram mãos à obra e estão a escrever o seu próprio livro. Um livro de memórias. É só a mim ou também vos faz confusão que 2 pessoas que esqueceram os filhos em casa escrevam um livro de “memórias”? Ainda se fosse um livro de esquecimentos… Podiam falar de todas as vezes que esqueceram um dos filhos: no supermercado, no talho, no apartamento. Um cruzamento entre os livros da Anita e o Lost. Desconfio até que eles tinham mais de 3 filhos, e perderam alguns em férias anteriores. Um na Grécia, outro nas Maldivas, deve haver uma legião de pequenos McCann espalhada pelos 4 cantos do Mundo. O casal promete publicar a história da família e um relato detalhado da experiência que passaram. Vamos, portanto, ficar a saber tudo sobre a Avó McCann e o urso de peluche, os membros mais estimados do clã. E descobrir coisas fascinantes, como: o que comeram os pais de Maddie na noite do desaparecimento, ou de que marca era a cerveja. O porta voz do casal, Clarence Mitchell, disse que já há várias editoras interessadas e que o livro será escrito por um ghost writer. Trata-se de pura e simples precaução. Nenhum escritor queria correr o risco de desaparecer, às mãos dos McCann. É mais seguro ser um autor fantasma logo à partida. Só para não haver mais uma família destroçada. Quando o livro for lançado, vai ser mais uma vez facílimo encontrar a Maddie: ela vai estar em todos os escaparates e debaixo do braço de todos os funcionários públicos, que lêem nas paragens de autocarro e nas salas de espera. No meio disto tudo, vamos lá ver se não aparece a própria da Madeleine McCann, para provar os canapés no lançamento. Kate não vai aguentar a decepção, Gerry vai pensar na 2ª Ediçao – Maddie, o Regresso.