Helena Matos e Rui Tavares pararam esta semana com aquela coluna no Público, em que jogavam ping pong. Acabou-se. Já não há mais comentários daqueles, em que metade da página era a desancar o adversário. O fim dessa rubrica foi uma grande perda, não só para o mundo do ténis de mesa, mas para toda a sociedade portuguesa. Que está mais pobre. Está órfã de um bom arrufo e comentário desdenhoso, sobre as principais figuras da nação. Mas o concorrente Diário de Notícias resolveu logo o problema, e foi ouvir quem realmente interessa: a malta da tertúlia cor-de-rosa.
Se é para ouvir coisas sensatas sobre o estado da nação, só há 6 pessoas com quem podemos contar. Por acaso até há 8, se juntarmos Nuno Eiró e Valentina Torres, mas este naipe já é bem bom! Bate aos pontos qualquer Pulido Valente. Vamos ver o que os tertulianos têm a dizer sobre as figuras de proa do país. E desta vez não estamos a referir-nos ao Angélico nem à Diana Chaves. É mesmo gente que nunca entrou nos Morangos com Açúcar! Aposto que os comentadores tiveram ajuda. Para identificar malta como a Maria João Pires, que já não aparece nas revistas faz tempo! Maya não lança cartas à esquerda, de Jerónimo de Sousa e Louça diz: “não comento”, enquanto que considera Luís Filipe Menezes o futuro e Portas um amigo. Já Saramago, é um saloio. João Malheiro foi para as figuras de estilo. Metáfora para Siza Vieira: “é o Eusébio da arquitectura”, hipérbole para Manoel de Oliveira, “o campeão da intensidade” e parvoíce para Eunice Muñoz, de quem diz “arrebatante”. Paula Rêgo mereceu só um “top” e Saramago, como é melhor, “top do top”. Raquel Loureiro resolveu imitar o colega e dizer que Eunice Muñoz é “top dos tops”. Mas foi apanhada a copiar e teve de se safar doutra maneira. Jogou pelo seguro. Correu tudo a adjectivos! Oliveira é fabuloso, Siza Vieira curiosamente também. Saramago é best-seller, Jerónimo é povo. Freitas do Amaral é caricato e Cutileiro amazing! Paula Rêgo, essa, é exímia. Realmente quando vejo aqueles quadros de mulheres a esvaírem-se em sangue o que me ocorre é exímio! Chegada a Sócrates, Raquel confessa finalmente: “não tenho palavras”. Pois, já tínhamos reparado! Ana Maria Lucas é prática e brinda tudo o que é político com um “não votei nele”, a não ser Jerónimo. Daqui se conclui que ela só foi às urnas 2 vezes na vida. Castelo Branco diz que Camané é um querido, que não conhece Menezes e que Louçã é um homem de massas. Provavelmente encontrou-o a jantar no Casanostra. Quem salva isto é Cláudio Ramos! O homem, a pessoa, que diz neste mesmo jornal “eu sou realmente talentoso, a fazer televisão. Qualquer género cabe em mim”. Nós diríamos que só um género cabe, mas deixa lá! Curiosa é a unidade de medida usada por Cláudio. Não há bom e mau, há apenas “melhor”. Cavaco está melhor, Sócrates “já esteve melhor” e “o irmão de Camané vai melhor que ele”. Superlativo é para Manoel de Oliveira, de quem diz “O máximo”. Cláudio não distingue Menezes e Portas muito bem. Talvez seja uma questão de género, lá está. Ficamos a saber que além de talentoso, é dado às artes: leu um livro de Saramago e não chegou ao fim, gostava de ter um quadro da Paula Rêgo e do Cutileiro só relembra a estatueta do Parque Eduardo VII. Aqui não pergunto está a falar de quê mas antes: Porque será?