17
Fev08
Agarrado ao Pára-Choques - Spa Gay
condutoras de domingo
Que notícia tem potencial para, no nosso país, sair no mesmo dia em grande parte dos jornais diários? A remodelação governamental? Não. As operações de Ramos Horta? Não. As lesões de Nuno Gomes? Não. A notícia do momento remonta, muito apropriadamente, ao Verão de 2007 e chama-se «Dark Night». Não, não é um filme do Vin Diesel, mas sim o nome dado a uma vivenda em Albufeira onde funciona um hotel e spa gay. Ouviram bem? Vivenda. Albufeira. Spa. Gay. Isto é notícia?! Eu julgava que era prática corrente. Estava enganada. Ao que parece, o «Dark Night» combina uma guest house com um spa for men. E for men only porque aqui, minhas amigas, apesar de haver muito músculo masculino tonificado, menina não entra. É uma espécie de Clube do Bolinha com muitos arco-íris, música da Cher à mistura e, claro, o imprescindível orgulho gay. Ou melhor, como se percebe pelo segundo nome do «Dark Night», “orgulho termal”. Aliás, o «Dark Night» é até mais conhecido por «Thermas Pride». Ora, em que consiste este “orgulho termal”? De acordo com o que foi noticiado, já que nós não pudemos ir até lá por sermos todas meninas, o “orgulho termal” consiste numa simples transacção: dá-se oito euros à entrada do spa, recebe-se um kit com toalha, chinelos, chave para cacifo e preservativo e anda-se livremente pela sauna, pelo jacuzzi com televisão, o banho turco, uma sala de vídeo com filmes pornográficos gay, um recanto sadomasoquista, um quarto escuro e uma zona com trinco onde casais e grupos partilham coisas... intimidades, vá... Como seria de esperar, as zonas com mais sucesso são o quarto escuro, a sala sadomasoquista e a zona do trinco onde se fazem as tais coisas... E isto pelo seguinte: a zona do trinco, uma espécie de “boca do lobo” onde só se enfiam os corajosos, é um amplo espaço de liberdade onde se pode fazer tudo e mais alguma coisa, incluindo sexo, apesar de, segundo a gerência, ninguém ser obrigado a tal; o quarto escuro é em forma de labirinto, ou seja, é o sítio ideal para brincar ao “toca e foge”; e a sala sadomasoquista tem um enorme (e aposto que divertido) baloiço. Parece-me tudo muito bem; só não percebo por que motivo o «Thermas Pride» admite apenas pessoas, homens!, homens!, entre os 18 e os 99 anos, desaconselhando que se levem crianças lá para dentro. Eu até consigo compreender que não queiram mulheres; tudo bem, não fazem falta, de facto, porque raramente alinham em brincadeiras de gajos. Agora, um sítio onde existe a toca do lobo mau e onde se joga ao quarto escuro e se anda de baloiço não permitir a entrada de crianças é incompreensível e parece-me apenas mais uma reles forma de discriminação.