27
Jan08
O que é Nacional é Bonzinho - Padrinho
condutoras de domingo
“Temos de ser uma máfia no bom sentido, e ajudar-nos sempre uns aos outros”. Estas são as palavras mágicas. Foram ditas por Alberto João Jardim o ano passado, num comício da JSD, e receberam agora a justa homenagem em cartazes gigantes, com o título “O Padrinho” e uma imagem sugestiva de Alberto João. Foram feitos não pelos Gato Fedorento, mas por um grupo semelhante. Os militantes da Nova Democracia. Consta que também são só quatro e adoram uma boa chalaça. Só que são ainda mais destemidos que os comediantes. É que ousaram meter-se com uma malta muito mais perigosa que os skin heads. Escolherem um que também é, à sua maneira, cabeça rapada, mas menos encorpado. E em vez de ser de extrema-direita é da direita ocidental, o que, como toda a gente sabe, é muito pior! Mas, queremos avisar desde já os amigos insulares de Manuel Monteiro: se pensavam que agora a RTP vos ia dar um programa em horário nobre, tirem daí o sentido. É que o cartaz não teve o efeito pretendido. Temos de louvar o aspecto gráfico, está óptimo. É claramente o cartaz mais bem sucedido da Nova Democracia. Talvez por ter abandonado o fundo branco e uma pombinha a voar e ter ido para os tons mais escuros. Mas, esquecendo a questão estética, falhou redondamente. É que normalmente estas coisas servem para irritar os visados. Para receber em troca uns belos insultos, ameaças à integridade, ou uma resposta em carta aberta, pelo menos. Pois o máximo que conseguiram despertar em Alberto João Jardim foi regozijo. Sim, o Presidente do Governo Regional diz que teve um dia em cheio e pleno de alegrias. Adorou ver-se favorecido na fotografia: sem papada, bem vestido, e apelidado de padrinho. Ainda assim, fez um reparo: “não tenho muitos afilhados, cortei com isso quando fui para presidente”. E o cortar aqui não é usado em vão. Alberto João decidiu deixar de apadrinhar crianças na mesma altura em que começou a cortar dedos a quem traía a sua confiança. E foi também nessa época que começou a exigir que os deputados madeirenses lhe beijassem o anel que usa no polegar, antes de iniciar as sessões da Assembleia Regional. Alberto João é nitidamente o género de pessoa que vê manifestantes na rua, a gritarem palavras de ordem contra si, e acha encantador. O que é preciso é que as pessoas cantem, dancem, e estejam felizes. Assim como assim, um motim feito por madeirenses assemelha-se muito ao Carnaval. Um conselho aos amigos do PND: se a ideia é enervar o Vito Corleone da Madeira, arranjem uma fatiota mais espampanante que o clássico “Rei Sol” e ofusquem-no no desfile da próxima semana! Isso sim, é coisa para Alberto João fazer uma vendetta sangrenta.